Pular para o conteúdo principal

Diferenças entre engenharia de software e as engenharias de artefatos físicos.

As engenharias mais tradicionais lidam com artefatos materiais onde propriedades físicas estão fundamentadas em teorias das ciências.

O software é um artefato intelectual cuja matéria prima é a informação e o conhecimento humanos representados por códigos e linguagens. A sua construção é um processo de transformação e comunicação de representações através de seus códigos e linguagens que envolve todos os stakeholders (clientes, desenvolvedores, usuários). Nenhuma outra engenharia tem estas peculiaridades. Isto torna a ES diferenciada com processos bem particulares.

Nas engenharias tradicionais, o design é tratado separadamente pelas disciplinas de desenho industrial e arquitetura (na civil). Na engenharia de software, o design, isto é a transformação de requisitos em solução, ocorre de forma integra à engenharia de requisitos, à arquitetura de software e ao design de interfaces de usuário.

Nas engenharias tradicionais, o processo de verificação é quase sempre nas qualidades do artefato. O aspecto humano, quando considerado, é tratado pelo profissional de fatores humanos ou ergonomia. Em um software, o ser humano e a sua capacidade de interpretar informações, da racionar sobre elas para interagir e resolver problemas, é parte integrante do produto. Um software interativo não funciona sem o componente humano, tal como um software embutido não funciona sem a máquina na qual ele está embarcado. Dessa forma, a avaliação da interação usuário-sistema precisa ser parte necessária e não complementar da verificação. Métodos de desenvolvimento iterativos, com prototipagem e experimentação com usuário ao longo do ciclo é fundamental.

Por fim, lidar com sistemas legados, robustos e confiáveis, é um grande desafio e um outro aspecto diferencial da engenharia de software. Como o software não se desgasta ou sofre fadiga material, o processo de reforma ou reciclagem também é diferente. Técnicas de migração por transformação de código é algo particular da indústria de software.

Assim, engenharia de software tem em comum com qualquer engenharia a necessidade de compreender problemas, desenvolver soluções criativas e garantir a qualidade do seus produtos, aliada aos aspectos gerenciais e econômicos. Mas as características do artefato software requer uma engenharia com fundamentos, métodos, técnicas e ferramentas próprios.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O Modelo Espiral

O objetivo do modelo espiral é prover um metamodelo que pode acomodar diversos processos específicos. Isto significa que podemos encaixar nele as principais características dos modelos vistos anteriormente, adaptando-os a necessidades específicas de desenvolvedores ou às particularidades do software a ser desenvolvido. Este modelo prevê prototipação, desenvolvimento evolutivo e cíclico, e as principais atividades do modelo cascata. Sua principal inovação é guiar o processo de desenvolvimento gerado a partir deste metamodelo com base em análise de riscos e planejamento que é realizado durante toda a evolução do desenvolvimento. Riscos são circunstâncias adversas que podem surgir durante o desenvolvimento de software impedindo o processo ou diminuindo a qualidade do produto. São exemplos de riscos: pessoas que abandonam a equipe de desenvolvimento, ferramentas que não podem ser utilizadas, falha em equipamentos usados no desenvolvimento ou que serão utilizados no produto final, etc.

O Modelo Evolutivo

O modelo evolutivo descreve um processo na qual o software deve ser desenvolvido de forma a evoluir a partir de protótipos iniciais. Para entender melhor este modelo é importante entender o que é prototipação (ou prototipagem). Prototipação é uma abordagem baseada numa visão evolutiva do desenvolvimento de software, afetando o processo como um todo. Esta abordagem envolve a produção de versões iniciais - "protótipos" - de um sistema futuro com o qual pode-se realizar verificações e experimentações para se avaliar algumas de suas qualidades antes que o sistema venha realmente a ser construído. Objetivos da Prototipação Num projeto de software várias questões podem ser respondida com a construcão de protótipos. Nas situações típicas de desenvolvimento podemos distinguir entre diferentes objetivos na prototipação: Exploratória - é quando o protótipo é usado para ajudar a esclarecer requisitos dos usuários com respeito ao sistema futuro. Uma prototipação também é exploratória

Sistemas Computacionais

Um sistema computacional (ou baseado em computador) é aquele que automatiza ou apóia a realização de atividades humanas através do processamento de informações. Um sistema baseado em computador é caracterizado por alguns elementos fundamentais. Hardware Software Informações Usuários Procedimentos ou Tarefas Documentação O hardware corresponde às partes eletrônicas e mecânicas (rígidas) que possibilitam a existência do software, o armazenamento de informações e a interação com o usuário. A CPU, as memórias primária e secundária, os periféricos, os componentes de redes de computadores, são exemplos de elementos de hardware. Um único computador pode possibilitar a existência de diversos sistemas e um sistema pode requisitar diversos computadores. O software é a parte abstrata do sistema computacional que funciona num hardware a partir de instruções codificadas numa linguagem de programação. Estas instruções permitem o processamento e armazenamento de informações na for